Doping esportivo e condições ambientais extremas

Autores

  • Vinícius Leonardo Loureiro Morrone USP

Palavras-chave:

doping, doping ambiental, Clima, Altitude

Resumo

O artigo discute a questão do doping no esporte, abordando sua evolução histórica e as complexidades que envolvem a definição de substâncias e métodos proibidos. O fenômeno da dopagem é muito mais antigo que o código da WADA, com registros históricos que remontam à pré-história e que atingiram seu auge durante a Guerra Fria. Assim, a definição atual do CMA, apesar de operacional, pode ser limitada quando comparada à história e à amplitude do tema. O doping é tradicionalmente associado ao uso de substâncias exógenas que melhoram a performance esportiva, como esteroides anabolizantes e, mais recentemente, terapias genéticas. Todavia, recentemente emergiram novos tipos de dopagem, como o doping mecânico, observado principalmente no ciclismo, onde motores ocultos em bicicletas proporcionam vantagem injusta. Outro exemplo é o doping digital em esportes eletrônicos, com manipulações em hardware e software para otimizar o desempenho dos jogadores. Um aspecto destacado pelo artigo é o impacto do ambiente no desempenho esportivo, com foco nas competições realizadas em condições ambientais extremas. A prática esportiva em ambientes extremos, como altitudes elevadas, afeta diretamente a saúde e a performance dos atletas, especialmente aqueles que não estão aclimatados. O mal agudo da montanha é um exemplo de condição que pode acometer esportistas em altitudes superiores a 2.500 metros, podendo causar edemas cerebrais e até a morte, em casos graves. Esses ambientes trazem, além do risco à saúde e à integridade física dos atletas, uma vantagem injusta àqueles atletas que estão acostumados à situação extrema, criando uma forma de doping ambiental, que favorece acostumados às situações ambientais. O artigo argumenta que a prática esportiva em altitudes elevadas, bem como outros ambientes extremos, pode configurar uma forma de doping ambiental, dado que os atletas acostumados a tais condições têm vantagem competitiva sobre os que não estão. Além disso, são discutidos os riscos à saúde em decorrência dessas práticas em ambientes extremos e as formas de mitigar tais riscos. O uso de substâncias controladas, como a dexametasona e a acetazolamida, pode ajudar a proteger a saúde dos atletas em competições de alta altitude, mas seu uso é restringido pelo CMA. O artigo traz uma reflexão sobre a necessidade de revisar as políticas antidoping para levar em conta as variáveis ambientais e propor métodos de controle que equilibrem a disputa esportiva, e protejam a saúde dos atletas. A criação de diretrizes específicas para o uso de substâncias em situações de risco ambiental poderia ajudar a garantir a igualdade de condições e a proteção à saúde.

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Publicado

2024-12-16

Como Citar

Loureiro Morrone, V. L. (2024). Doping esportivo e condições ambientais extremas. Revista De Gestão E Negócios Do Esporte, 9(2). Recuperado de https://rgne.org.br/index.php/home/article/view/164